
Apresentação do Livro “Punhefla, que Livraço” de Neto Gomes em Noite de Afetos
Vila Real de Santo António foi palco de uma noite de afetos e celebração literária com a apresentação do 25º livro de Neto Gomes, intitulado «Punhefla, que Livraço», editado pelo Município de Vila Real de Santo António.
A obra, que homenageia quatro grandes amigos e figuras emblemáticas de Vila Real – António Rosa Mendes, Vicente Campinas, Fernando Reis e Manuel Gomes – foi apresentada por um amigo de longa data do autor, que destacou a complexidade e a responsabilidade de falar sobre Neto Gomes e a sua monumental obra. É prefaciada por ex-governador do Banco de Portugal, Mário Centeno.
Maria Luísa Travassos descreveu Neto Gomes como um humanista multifacetado, com um currículo notável que inclui cargos de presidente de diversas associações (Grupo de Estudos Algarvios, Associação de Jornalistas Algarvios, Imprensa Desportiva), diretor do Clube Nacional da Imprensa Desportiva, chefe de gabinetes de imprensa em Lagoa, Loulé e Vila Real de Santo António, representante regional da Prevenção Rodoviária Portuguesa e secretário da Comissão Distrital de Segurança Rodoviária em Faro. Neto Gomes é também reconhecido como orador, jornalista, radialista, consultor, escritor e, nos últimos anos, investigador.
Como jornalista, Neto Gomes deixou a sua marca em inúmeros jornais regionais e nacionais, com uma forma de escrever ímpar. A sua mais recente obra, “Punhefla, que Livraço”, é o seu 25º livro, e recorda figuras populares da terra como Mestre Olímpio, Ulisses, Alfredo de Graça, Jica, Mestre Germano, Saraiva Rosa, Isabel Pato e Artur Travassos, que contribuíram para a cultura oral e a memória histórica de Vila Real.
A obra vai além de um livro sobre a evolução etimológica do linguarejar das gentes de Vila Real, conseguindo caldear investigação histórica com tradição oral. Neto Gomes revela uma capacidade ímpar para descrever expressões, maneiras de falar e figuras populares, contextualizando-as no seu espaço e tempo. O livro regista uma riqueza cultural que se tem vindo a perder, para memória futura.
A apresentação incluiu um depoimento de César Correia que descreveu Neto Gomes como «tão pequeno nome para distinguir um homem grande», um militante de causas que enobrecem, que persegue e luta por uma afirmação sustentável através da comunicação, das letras, da pesquisa e da oralidade.
A sua jornada começou em 1944, em Vila Real de Santo António, e desde cedo demonstrou uma paixão pela informação e pelo entretenimento, tendo percorrido 14 Voltas a Portugal como speaker, sempre na frente, a descrever as corridas e a fazer o retrato do que se passava na estrada. A sua formação académica, social e profissional foi amparada pelos princípios da ética e da moral, vencendo cada curva da estrada da vida.